quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Notícias e charcutaria

Hoje às 20 horas vi as notícias do início ao fim. Não foram as noticias da 2. Aquelas que vejo sempre. Num momento de fraqueza, mudei para outro canal (que normalmente está entre o 2 e o 4), refastelei-me em cima da cama e deixei-me inebriar pela panóplia de espectáculo noticioso que me entrava pelos olhos e ouvidos.

-Serviço Nacional de Saúde em Portugal é pior que o fornecido aos gladiadores romanos de 1 D.C. E novidades não há?

-Aquecimento Global aumenta cada vez mais ao ponto dos habitantes das Ilhas Tonga não precisarem de lavar os pés. E?

-Poder de compra em Portugal estimado para 2100 equacionado para a compra de 2 rebuçados, 1 pastilha Gorila e ½ barra de torrão de Alicante. Nada que eu não soubesse.

Cheguei à conclusão que não são estas notícias que mais me prendem. O que me prende são as chamadas noticia “enche-chouriço”. Julgo até que tais jornalistas seriam uma mais valia para a indústria salsicheira.

«Òh Anselmo! Ainda faltam 15 minutos de notícias para o telejornal desta noite pá! A tua vizinha-velhota-que-tem-uma-prima-que-tem-uma-amiga-que-trabalha-em-São-Bento hoje não te contou nada de mexericos que se tenham passado por lá? Mas não te preocupes que eu hoje comprei o Jornal do Insólito e tenho aqui a Dica da Semana por isso já temos safa.»

Aliás, julgo que era possível fazer um estudo acerca de cada jornalista e das suas escolhas como noticias enche-chouriço escolhidas durante uma semana. E depois dar trabalho a sociólogos e psicólogos para falarem disso durante uma hora inteira.

Mas adorei a notícia da galinha que põe ovos verdes. Entrando no campo das paixões clubistas, é fantástico como o mau gosto até afecta os animais.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Rali 2008 C.C.B.- Jerónimos

Nos anos 70 do anterior século, um francês de seu nome Thierry Sabine, perdeu-se no deserto e decidiu que aquilo até deveria ser catita para fazer um rali. «Estou aqui perdido no meio do deserto… Sem água ou comida. Estão quarenta e tal graus à sombra e aquele bando de abutres voa cada vez mais próximo… mas o que se fazia aqui de porreiro, assim mesmo a modos de supimpa, era mesmo um rali! Isso sim! Um rali!».

Que querem que vos diga? Ele sobreviveu e criou o Rali Paris –Dakar. Sim. Aquela competição que congestiona a televisão durante um mês. E o mais engraçado foi na altura em que passou a ser Lisboa-Dakar.
6:00 AM do dia 1 de Janeiro- Centenas de labregos portugueses não se embebedam nas festividades do Reveillon para estarem fresquinhos que nem pepinos e encontram-se no meio de um descampado para ver uns quantos carros passarem enquanto regelam as orelhas. Isto sim eu chamo de tempo bem passado. Realmente… Eles lá e eu enfiado na cama acabadinho de deitar.
Contudo, não é apenas de más noticias que o nosso país vive. Este ano, por motivos de segurança, uma parte do rali foi cancelada. Mas a que se manteve foi cheia de energia e entusiasmo… durante cinquenta metros aproximadamente que é a distância do Centro Cultural de Belém aos Jerónimos.

Mas o que interessa é o espírito. E olhem para mim tão triste.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Lição nº 1

1. Como distinguir um elogio de uma ofensa:
Exemplo A
- É bom conversar contigo, pareces um homem!
- O quê???
- Sim, não dizes coisas parvas.
Exemplo B
- És feia como o bode tetraplégico do meu vizinho, mas não és tão má como o fumo que sai do tubo de escape da minha Casal.
O exemplo A é claramente ofensivo porque divide os géneros em interessante e parvo, já o exemplo seguinte é uma abordagem rude, mas interessante, que glorifica e busca a beleza feminina, mesmo onde aparentemente esta não existe.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Amores Imperfeitos

A gaivota bocejou o sol da manhã de domingo
Está à espera que seja hora de voar
O sino grita atrasado
E uma beata corre cambaleante entre a àgua ardente e a missa
Um rapaz rouba amores-perfeitos no jardim público
Não sabe que ela acorda com outro.

trambolho lamechas + papel + caneta = a isto

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Crie aqui a sua conta PPR!

É meu hábito ver o telejornal da 2. Da 2 por várias razões entre as quais destaco duas: Não estou a jantar e posso estar mais atento. É apenas meia hora e por isso as noticias são sintetizadas e resumidas ao que realmente interessa não aparecendo a tal noticia de que fulano e sicrano do Jet7 teve um filho ranhoso, comprou uma casa no Kurdistão ou que fez uma plástica ao melhor estilo do pseudo-jornal 24Horas.
Contudo, tenho andado apreensivo. É rara a semana em que algum banco português não vem à baila e se descobre que está atulhado de trafulhices, sacanices e afins tão comuns ao povo português e às quais já estamos mais que habituados. No entanto, a televisão continua atulhada de anúncios a bancos com figuras conhecidas a venderem a sua imagem e a dizerem a alto e bom som: é aqui que guardo o meu dinheirinho! Este banco é o meu porquinho mealheiro.

Agora pergunto-me: terão eles mesmo dinheiro guardado no banco? É que se não têm, deveriam ser obrigados. Nem que fosse à porrada. Porque todos sabemos que não há nada que um valente par de lambadas não resolvam. O Mugabe que o diga.

Funerais

Já fui a umas boas dezenas de funerais e hoje fui a mais um. E tenho que confessar que os funerais dão-me vontade de rir.
Há muitos anos, no funeral de uma das minhas avós uma senhora esmagou o silêncio para contar à sua amiga do lado o seguinte: "Noutre dia ía inde na rua e caírem-me as cuecas no chão." Eu e a minha irmã olhámos uma para a outra e só não se ouviram as nossas gargalhadas porque as engulimos a muito custo.
Hoje o padre inspiradíssimo disse que:"Todos vamos morrer um dia!
Pouco depois uma senhora disse-me: "Olá como estás, há tanto tempo que não te via! É preciso acontecer uma coisa destas para a gente se ver." Outra confundiu-me com a minha irmã, que infelizmente teve que sair mais cedo, e eu corrigi e disse o meu nome ao que ela reponde: "Não, então eu não sei quem tu és?" Tentou convencer-me que eu só podia ser a minha irmã... E uma boa meia dúzia falaram de mim a cinquenta centímetros de distância como se eu não estivesse ali, se calhar fui eu que morri e não sei.

sábado, 5 de janeiro de 2008

João Vieira

Este tipo é extraordinário e hoje fez com que, embora estivesse a passar roupa a ferro e a fazer limpezas, a manhã passasse relâmpicamente!!!!
Entre muitas maravilhas disse e cito "os portugueses usam cerca de 1% da capacidade dos seus testículos!"
Provavelmente o melhor Nuno e Nando de sempre, até porque o Alvim mal abriu a boca!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Leis novas - comportamentos novos?

"Inspector-geral da ASAE fotografado a fumar com lei já em vigor". Sim têm que dar o exemplo e têm que ser melhores pessoas que nós, aliás têm que ser perfeitas! Um agente fiscalizador tem que ser uma máquina. Ele fumou uma cigarrilha! Não estou aqui para defender o senhor que nem sequer conheço e que pode muito bem ser uma besta, mas acho isto tudo rídiculo.
Parece-me que há alguns exageros na lei. É proíbido fumar nos centros comerciais. Nunca vi ninguém a fumar dentro de uma loja, o que me parece muito bem, mas não ser permitido fumar nos corredores de um centro comercial, não percebo.
O resultado da campanha de Escolas sem fumo foi um ajuntamento de funcionários, professores e alunos nas entradas das escolas com um ar sôfrego de agarrados. Mas parece que o balanço até foi positivo, fumar está fora de moda entre os adolescentes, o que está in são as bebidas brancas.
Há umas semanas na capa da revista Única do Expresso estava Miguel Sousa Tavares a fumar e na semana seguinte, na mesma revista, a carta de uma senhora muito indignada com esse facto. Dizia ela que "era um péssimo exemplo para os nossos jovens". Detesto estas indignaçõezinhas. Mas o homem é algum pai da pátria? E já estou a ver todo aquele número enorme de adolescentes que lê o Expresso a pensar: "Eh pá se o Miguel fuma também quero para impressionar o pessoal"
Fumar é crime, fazer um aborto não (e não estou a falar de qualquer aborto, estou a falar dos abortos "ups não usámos qualquer tipo de contraceptivo e prontes".
Parece-me que as prioridades e as formas de luta estão cada vez mais estranhas, como o pai natal espanhol que este ano não usou a almofada/barriga para dar o exemplo às crianças, para terem uma alimentação mais cuidada.
A proibição pode alterar alguns hábitos, pode até fazer com que algumas pessoas deixem de fumar, mas eu defenderei sempre as campanhas de informação. Então no que diz respeito à educação sexual há um atraso tão grande e tabus tão rídiculos. Já agora faço publicidade ao fantástico trabalho da Raquel Bulha e do Quintino Aires no programa "A hora do sexo" na Antena 3. São poucos minutos diários de conversas absolutamente despudoradas e esclarecedoras.