"Deus é a nossa mulher-a-dias"
Deus é a nossa
mulher-a-dias
que nos dá prendas
que deitamos for a
como a vida
porque achamos
que não presta
Deus é a nossa
mulher-a-dias
que nos dá prendas
que deitamos for a
como a fé
porque achamos
que é pirosa
"meteorológica"
Deus não me deu
um namorado
deu-me
o martírio branco
de não o ter
Vi namorados
possíveis
foram bois
foram porcos
e eu palácios
e pérolas
Não me queres
nunca me quiseste
(porquê, meu Deus?)
A vida
é livro
e o livro
não é livre
Choro
chove
mas isto é
Verlaine
Ou:
um dia
tão bonito
e eu
não fornico
4 comentários:
Até parece que foram escritos propositadamente para o PFCAD.
Esta mulher é uma senhora!!!
Talvez ainda incompreendida pelos seus contemporâneos, aliás como todos os verdadeiros génios o são!
poesia em forma
de orgia publica
dá multa
das grandes.
tu nao existes ó adilia,
euuuu tou aquiiii...
Gosto muito dela, do pouco que conheço. é original, é seca, é sarcástica e verdadeira. explora muito bem a condição da solidão feminina.
Enviar um comentário