segunda-feira, 12 de abril de 2010

Hoje descobri um sítio fantástico para ler livros de graça. Isso se gostar de livros do Paulo Coelho e de outros que tal próprios para vender em estações de serviço. No entanto, não foi numa estação de serviço mas sim numa loja dos CTT, vulgarmente conhecida por Correios. Pois. Eles agora também têm livros, cadernos, postais e milhentas outras coisas para vender que, na altura vi mas devido a terem uma tal importância para o meu dia-a-dia, mês-a-mês ou mesmo década-a-década, já me esqueci.

Entrei, tirei a senha de espera, olhei para os livros e esperei a minha vez.

Esperei.

Esperei.

Esperei.

As balconistas, receosas, olhavam umas para as outras. Desalento transbordava dos seus olhares e quiçá desespero. Carregavam no botão que altera o número de espera como se estivessem numa roleta russa.

Esperei.

Esperei.

Olhei para um livro. “Como ser feliz”. Peguei. Folheei. Ok. Tretas de livros de auto-ajuda. Não diz nada que eu não saiba e ainda se esqueceram de que um modo de ser feliz é ganhando o euromilhões. Pousei na prateleira novamente. Olhei para outro. “Como ter tudo e gastar pouco”. Ena. Este sim. Peguei nele. Lí.

Número 51” soaram os altifalantes. A minha vez de ser atendido chegou. “porra… tou a meio do livro…”. Olhei para o tecto, traulitei um êxito da Tonixa enquanto amarrotava e escondia a minha senha na algibeira. Tirei outra senha e sentei-me a ler novamente.

No fim acabei por ser atendido. O livro era uma treta. Basicamente podemos viajar muito e não pagar nada. Basta conseguirmos andar muito a pé e nadar. Ou então dedicarmo-nos a uma vida de banditismo.

1 comentário:

Anónimo disse...

A auto-ajuda é uma das definições de desenrascanço, mas mais parva. SAIBA COMO... ser feliz, ganhar muito dinheiro, conquistar o seu amor, perder peso, ter estilo, ganhar o respeito dos seus colegas de trabalho, fazer uma bomba com um clip e cócó de pássaro, se comportar numa entrevista de emprego, o que vestir no funeral de uma tia chamada Gertrudes (versão avô Ambrósio prestes a ser reeditada).

Quando for lançado o livro:
"Saiba como evitar que o seu patrão a chame de sindicalista e ameace de despedimento, apesar de todo o trabalho que tem feito, só porque pediu para ver o registo de trabalho suplementar, porque já fez mais de 40 horas a mais sem receber um cêntimo" aí terei que comprar, porque realmente não sei como resolver este dilema.