quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal. O espírito natalício leva-nos a fazer boas acções, pensamentos puros, engordar cinco quilos e esturrar o salário todo em prendas. As famílias voltam a reunir-se. As ruas enchem-se de música natalícia e de luzes e mais luzes que acendem e apagam. Acendem e apagam. Acendem e apagam.

E os epilépticos? E quem pensa neles pá?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pensamentos Dispersos Vol. Tipo.. coiso+coiso=2coiso

Dizem que, melhor do que amaldiçoar a escuridão, é acender uma vela. Nunca ninguém falou acerca de amaldiçoar a falta de velas.

A Associação Oftalmológica Cristã adverte: os treçolhos são provocados por ver raparigas a despirem-se.

Aqui está a derradeira explicação como o dinheiro compra a felicidade: o dinheiro dá-vos opções. As opções dão-vos espaço de manobra, o espaço de manobra dá-vos controlo e o controlo pode dar-vos felicidade. Talvez.

Estão fartos de crimes? Fiquem sabendo o que algumas comunidades estão a fazer algo para resolver o problema. Matam gente sem motivo nenhum. Porque não começar um programa semelhante na vossa cidade? Enforquem umas pessoas na praça pública e vejam como os números do crime baixam. Vão ficar surpreendidos.

Um homem de cinquenta e dois anos guiou um cortador de relva de Faro ao Porto de marcha atrasa viagem foi de tal modo cansativa que lhe destruiu a capacidade de pensar.

O céu não “azul”. Só parece sê-lo porque “azul” é o nome que demos aquela cor.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mafamude, 13 de Dezembro: A GNR anunciou hoje ter descoberto provas de um homicídio seguido de desmembramento do corpo. Na lixeira atrás da Clínica Estética, foi descoberto um baço direito, uma perna esquerda e as sobrancelhas de um caucasiano adulto do sexo masculino. De acordo com fontes da GNR, as sobrancelhas são farfalhudas e foram desbastadas recentemente. Um porta-voz da GNR informou que a busca vai continuar até serem encontradas todas as partes do corpo.

14 de Dezembro: Há desenvolvimentos no caso do Desmembramento de Mafamude. No mesmo local, os cientístas forenses da GNR encontraram um par de patilhas loiras, um lábio inferior, duas nádegas emparelhadas ligeiramente, um dedo médio, um joelho e meia grama de pelos do sovaco. Por enquanto, ainda não foi impossível identificar a vítima mas uma fonte ligada à investigação confessou o alívio por todas as partes pertencerem à mesma pessoa.

15 de Dezembro: Mais acerca do Terrível Desmembrador de Mafamude. A teoria de que todas as partes pertenciam apenas a uma vítima caiu hoje por terra quando o corpo forense da GNR descobriu vinte e seis mamilos dos quais dezasseis têm pêlo, três aparentam terem sido rapados recentemente, dois não têm qualquer pêlo e cinco poderão ter sido confundidos com caroços de azeitona. Também foi encontrado um umbigo, uma canela e várias centenas de verrugas. O corpo forense neste momento estuda atentamente o cotão do umbigo de modo a encontrar o dono e deduzir que tipo de camisa usava. A investigação prossegue.

16 de Dezembro: As últimas notícias relacionadas com o Caso Do Serial Killer Canibal de Mafamude. As forças policiais encontram-se em completa confusão quanto ao número de vítimas. Foi hoje encontrada uma maçã-de-adão, uma corcunda, seis calcanhares, um par de narinas não emparelhadas, um saco grande de sardas, meio pescoço e uma mala cheia de nós dos dedos. Ao que parece, todos os nós dos dedos foram estalados recentemente. A possibilidade de se tratar de um caso de canibalismo não foi negada visto que o corpo forense encontrou vários ossos com indícios de molho de pimentão dentro de um saco de papel com os caracteres “O Rei dos Frangos”. Aguardam-se mais desenvolvimentos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Uma questão de estilo…

Nos últimos dias dei por mim a pensar em todos os casos, intrigas e noticias sobre José Sócrates, um tal de primeiro-ministro.
É fantástico o que já se disse sobre tantos casos, foi ai que me apercebi do potencial de tais novelas, acho que estamos perante duas possibilidades quem de tão ridiculamente complexas não caberiam na imaginação nem do Tozé Martinho nem por outro lado, do José Pedro Vasconcelos.

Como disse as possibilidades são duas, e se ao bom estilo de Tozé Martinho o Zézinho seria interpretado pelo inigualável coitado da cena novelesca, Pedro Granger, acho que o próprio não iria aceitar o papel. Tudo bem que ele é um sofredor em todos os papeis que desempenha, já morreu 24 vezes numa novela, foi espancado e namorou a irmã que não era irmã mas afinal não sabia e secalhar não era irmã. Mas o sofrimento tem limites… ninguém aguentaria um episodio inteiro sem ter vontade de cortar os pulsos devido ao Sofrimento do coitado injustiçado.

Por outro lado, numa visão mais “gangster” criada pelo José Pedro Vasconcelos não consigo encontrar o actor ideal, apenas sei que a Soraia Chaves ia ter uma cena escaldante. Mas mesmo assim ia ser complicado meter em 3horas de filme tanta trama, acusação, complicação, pressões, diz que disse, familiares, escutas, compadrio, percurso académico e profissional. Teria de ser algo mais no género de Coppola dividido em 3 capítulos. E aí também ninguém iria aguentar todo o filme sem vontade de comprar uma caçadeira de canos serrados e obrigar ao exílio toda a massa política do país.

Com o moderado respeito por qualquer um dos dois, acho que ambos não seriam capazes de criar tamanha trama, isto é um caso inimaginável até para estes gurus... Mas ambos se estarão a roer de inveja da massa jornalística por se estarem a intrometer no seu trabalho. Seja qual for o resultado ou produto televisivo…

Eu para mim encontro-me mais optimista de uma versão de Manuel de Oliveira, tem de tudo, toda a gente diz que é bom e recomenda, mas é demasiado “chato” e no fundo até os que viram não conseguiram tomar a devida atenção.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Pensamentos Dispersos Vol. Tipo.. coiso

A dada altura, no Iraque, Saddam Hussein chamava aos seus reféns “convidados”.

Um porco tem quatro patas certo? Onde raios vão buscar então a outra para o fiambre se chamar Fiambre da perna extra?

Durante as eleições no Panamá das quais saiu derrotado Manuel Noriega, havia bandos de criminosos que se ocupavam a matar e espancar pessoas e a saquear lojas. Auto-intitulavam-se “batalhões de dignidade”.

Nunca digo “Feliz Natal para sí e para os seus”. Não gosto das possibilidades sugeridas pelo uso do pronome possessivo “seus”. Nunca se sabe se a outra pessoa terá escravos ou não. E eu não quero encorajar de forma alguma esse tipo de prática.

Quando vou ao Pingo Doce e me perguntam na caixa “Saco de plástico?” Costumo responder “prefiro de seda tecida à mão, por favor” só para manter a caixa atenta. “Aço laminado” também não é má opção.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

(o telefone toca)

Homem: Estou sim? Departamento de filosofia.

Interlocutor: O Jacinto está aí?

Homem: Bom… o que quer dizer com “Jacinto”? Existe mesmo tal entidade? Ou será o Jacinto simplesmente um nome? Uma etiqueta. Há muita gente que se auto denomina Jacinto. Será que todos têm razão em fazê-lo? E, já agora, onde fica esse “aí” de que fala? Enquanto estava a ouvi-lo falar, senti a sua voz como uma entidade física dentro da minha cabeça. Será que é aí que o Jacinto está? Não pode ser. Onde quer que esteja essa tal entidade chamada Jacinto que procura, é seguro afirmar que é aí mesmo que está. Pelo menos, por agora. E que afinal de contas, que será realmente o “agora”? Uma palavra apenas mas todas as vivências recentes? O passado e o futuro?

Interlocutor: … é que eu precisava mesmo falar com o Jacinto…

Homem: Desculpe, o Jacinto foi assassinado hoje de manhã numa barraca de cachorros quentes por uma bibliotecária passiva-agressiva. OU será que não foi? Afinal, estamos a falar dele. Será que já não está entre nós? De um ponto de vista poderíamos dizer que…

(click!)