terça-feira, 28 de outubro de 2008

Compensa o crime?

Há alguém de quem não ouço falar há um monte de tempo.

É a tal coisa. Teve os quinze minutos de fama a que tinha direito e depois desapareceu como aquelas One-hit Bands. Ao melhor estilo dos Soul Asylum ou Zé Cabra. Quinze minutinhos e acabou-se. Caput!

Estou a falar do Osama.

Segundo uma antiga noticia com uns cinco anos, Bin Laden faltou à reunião de antigo alunos no liceu saudita que frequentou nos seus anos imberbes quando atava bombinhas de Carnaval aos gatos da sua rua.

É fácil imaginar: noite de gala, Abdul e Amina, colegas de Osama e namoradinhos na adolescência, com o rebento (salvo seja) que nasceu há nove meses e já completamente infiltrados no submundo da máfia da fralda.

E alguem pergunta no grupo: e que é feito do Osaminha?Aquele grande doido? E O Osaminha enfiado numa gruta escura e húmida, febril e acossado. E tudo porque a Amina lhe deu tampa e escolheu o Abdul no baile de finalistas deixando-o abandonado num canto a ruminar vingança contra os camelos, aviões e humanidade em geral.

O que é certo é que desde tenra idade, os maiores lunáticos e facínoras da história sofreram algum trauma pessoal que, cedo ou tarde, é extrapolado cá para fora. Hitler, por exemplo, falhou como artista plástico e rapidamente substituiu pastel e aguarela por seres humanos. Diz-se que o tipo que ocupou o lugar dele na escola de belas artes nunca mais foi o mesmo. Sempre aquele peso na consciência. E acredito que seja bem maior do que deixar umas pinguinhas de urina no tampo da sanita de um amigo, e, logo ao sair, darmos de cara com uma rapariga gira que lá quer entrar para também se aliviar.

Ok. Divago. Vou voltar ao que interessa.

Ao imaginar a noite em que a antiga turma de Osama se reuniu para mostrar o que o futuro lhes tinha reservado, rir, beber (chá) e contar piadas enquanto saboreiam um shishquebab de borrego, Osama não esteve lá. Estava longe. Bem longe enfiado numa caverna escura, fria e húmida. Mesmo com a cabeça a prémio, não lhe faltaram forças para, taciturnamente, mastigar uma hambúrguer.

De camelo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei!
Mas do que gostei mais foi da ocidentalização dos liceus afegãos. Bailes de Finalistas, reuniões passados 10 anos, é a globalização. E o REBENTO - toque de mestre!

Já agora li e vi "O menino de Cabul". E sempre a sensação que por muito que se leia, veja as notícias, nunca saberemos o que é aquilo. Temos sorte descolmunal de crescer e viver neste rectângulo, de que toda a gente se queixa. Se oiço mais alguém dizer "é o país que temos" rebento! (não literalmente)