Hoje, enquanto regressava a Évora para mais uma emocionante semana com temperaturas negativas, dei por mim a ouvir na telefonia uma melodia do João Pedro Pais. Nesse momento, as escamas caíram-me dos olhos e percebi quão profundas palavras ouvira.
Ele é, literalmente, uma besta poética incompreendida. JASUS!!!
Só para que entendam o meu ponto de vista, vou dissertar um dos seus maiores êxitos. Digno para música de uma novela da TVI.
Ele é, literalmente, uma besta poética incompreendida. JASUS!!!
Só para que entendam o meu ponto de vista, vou dissertar um dos seus maiores êxitos. Digno para música de uma novela da TVI.
Não há ninguem como tu- by João Pedro Pais, essa besta poética.
Já não há mais o que vagar
dois olhares envergonhados
agora tudo é discreto
até já esqueces o passado
se te perguntarem
se estive ausente
vão ouvir dizer
que não me vendo
nem me dou a toda a gente
Ok, comecemos.
Não sei onde é que ele andou enfiado até aos dezasseis anos para pensar que hoje em dia é tudo mais discreto que antigamente. Ah... É verdade, estava na Casa Pia... Dai aquela conversa de não se vender a toda a gente. Rapazinho ajuizado. Ajuizado e com sentido para o negócio.
Não sei onde é que ele andou enfiado até aos dezasseis anos para pensar que hoje em dia é tudo mais discreto que antigamente. Ah... É verdade, estava na Casa Pia... Dai aquela conversa de não se vender a toda a gente. Rapazinho ajuizado. Ajuizado e com sentido para o negócio.
Não há... ninguém como tu,
tão diferente
não há...ninguém como havia,
antigamente
E ainda bem, digo eu, já não há ninguém como antigamente. Felizmente. Não me apetecia muito ser vizinho do Benito Mussolini ou frequentar o mesmo café que o Átila.
As pessoas que tu ves
no meio das avenidas
todas procuram assentos
já nem ligam ao dia-a-dia
os mendigos que se escondem
nas arcadas divididas
fumando definitivo
deitando contas à vida
e se alguém notar
a tua indiferença
diz-lhes que o acaso
é mera coincidência
Agora fiquei espantado! A consciência social! A preocupação com os pulmões dos mendigos e as vendas da Tabaqueira.
Não há... ninguém como tu,
tão diferente
não há...ninguém como havia,
antigamente
Outra vez a mesma coisa.
Não há... ninguém como tu,
tão diferente
não há...ninguém como havia,
antigamente
E outra.
Não há... ninguém como tu,
tão diferente
não há...ninguém como havia,
antigamente
E outra.
Não há...
Não há ninguém como tu!
E o final tão esperado. O culminar de toda uma letra marcada pelo sofrimento. Poética. PDramática e sofrida. Própria para uma opereta.
Esse tipo é um verdadeiro poeta. Qual Antero, qual Camões.
Tinha mais para escrever mas a letra deu-me uma vontade enorme de fazer cócó.
Esse tipo é um verdadeiro poeta. Qual Antero, qual Camões.
Tinha mais para escrever mas a letra deu-me uma vontade enorme de fazer cócó.
2 comentários:
Eu, a minha irmã e uma amiga minha (leitora deste blog, a grande jubita) ODIAMOS tanto este João que já pensei em formar um grupo anti-JPP. Obrigada pelas tuas palavras, um grande bem haja ao senhor SANDES.
Il soufre, il soufre.
Já não me lembrava que esse tipo existia.
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