terça-feira, 14 de outubro de 2008

Vão mas é telefonar ao Ghandi

Ultimamente, sou bombardeado por dia com uma quantidade alarmante de chamadas telefónicas, que inclusive, já me acabaram com a vontade de sair de casa com telemóvel. São chamadas de bancos a ver se quero aderir ao cartão não sei quê, da MEO para saberem porquê desisti do plano Coiso deles e etc…
Mas há uma coisa que me diverte: o modo como falam comigo é completamente diferente das vezes em que sou eu que lhes telefono. Sinceridade. É esse o cerne da questão.
Falando de falta de sinceridade, não nos esqueçamos dos disparates que os telefonistas são obrigados a dizer por ordem dos imbecis dos patrões. E sem esquecer, claro, que os telefonistas são e não são telefonistas. São “assistentes”. “Assistentes de atendimento telefónico”. Ou “assistentes de atendimento remoto”. Também já ouvi quem lhes chamasse “facilitadores de comunicação” e “técnicos de atendimento ao cliente”.
Adiante. Os telefonistas quando nos ligam, parece que são personificações de dois litros de mel com um quilo de açúcar e algum chocolate à mistura. São tão doces que até enjoam especialmente se nos querem impingir isto ou aquilo e sempre a agradecerem pelo inconveniente do telefonema naquela hora em que estávamos no trono de porcelana a ler o 24 Horas, a ter dois dedos de conversa com a vizinha ou na altura em que estávamos distraídos a ver as Tardes da Júlia. No entanto, quando somos nós que telefonamos, esperamos uma eternidade para que nos atendam, mais outra para que nos direccionem para outro apoio técnico qualquer enquanto nos falam de forma carrancuda.
No fim, dizem-nos: muito obrigado pela sua chamada.
Soa delicado não soa? Mas não é sincero.
Quando me telefonam eu resolvo a coisa rapidamente. De bom modo, de mau modo ou do modo Sandes que é igual ao mau mas mais rápido.
«Estou sim? Aqui é Juvenilda Ramos do Banco de coiso e tal….» «AGORA NÃO. BOA TARDE».

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto é que foi, quase ao mesmo tempo!

Como te compreendo, por vezes dá-me vontade de lhes jogar tomates putrefactos à cara, mas dizem que não atravessam os fios de telefone...

- Tem computador?
- Não.
- Muito obrigado bom dia.

Assim safo-me de alguns...