
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Finalmente percebi...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Conversas de bancos de jardim
Jacinto: Muita coisa mudou nestes vinte anos.
Zeca: Pois foi.
Jacinto: O Epaminondas anda por ai?
Zeca: Qual? O Anastácio?
Jacinto: Não. O Gervásio.
Zeca: O Gervásio morreu. E o Anastácio morreu no funeral. Morreram os dois.
Jacinto: Então e o Manel? Como está ele?
Zeca: Também morreu. Muitos deles morreram.
Jacinto: Como é que se chamava o outro miúdo dos Epidotos? Graciano? Também morreu?
Zeca: O Graciano não morreu.
Jacinto: Graças a Deus.
Zeca: Está a morrer.
Jacinto: Porra! Que desgosto para a mãe.
Zeca: A mãe morreu quando lhes explodiu o esquentador. Ficou feita em bocados. Andaram a reuni-la durante duas semanas.
Jacinto: Chiça! Nunca me ei de esquecer da casa em que os Epidotos vivia. Uma rua agradável. Muito agradável. A casa com persianas verdes.
Zeca: Foi atingida por um relâmpago há vinte anos. Houve um incêndio e não sobrou nada. Os animais de estimação morreram todos. Até o pobre do furão.
Jacinto: Isso é terrível. Lembro-me que os Epidoto gostavam muito daquela casa porque ficava perto da Igreja.
Zeca: A Igreja da Nossa Senhora Da Imaculada Dor?
Jacinto: Sim.
Zeca: Já não existe. A Câmbra demoliu-a no passado. Foi numa sexta-feira Santa.
Jacinto: Isso é terrível. E agora onde é que os miúdos do bairro vão à catequese?
Zeca: A maior parte deles foi assassinada por um violador que trabalhava na mercearia da esquina.
Jacinto: A mercearia do Jesus?
Zeca: Não. A do Alfredo.
Jacinto: Gostava da do Jesus. Tinha sempre boa hortaliça e preços extremamente convidativos...
Zeca: O prédio caiu há dez anos e matou dezanove clientes. A família Zacarias foi toda decapitada no balcão das carnes enquanto se decidiam por uma farinheira beirã ou um paio do lombo de Barrancos.
Jacinto: Irra que os tempos mudam.
Zeca: Mas a vida continua. Ao menos até ao meu próximo exame da próstata.
Jacinto: E a culpa é do governo!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Pensamentos dispersos: Um pequeno cheiro nauseabundo a S. Valentim
Nunca se esqueça que apenas há duas hipóteses de ser milionário na vida. Quando nasce ou quando se casa.
Quando tenha um encontro que não corre bem, fuja para casa e finja-se de morto.
Um modo de manter saudável uma relação: diga sempre à sua cara-metade como ela é linda. Mesmo que ela pareça um camião TYR desgovernado.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Um novo lema
Acho que ando adoentado. Adoentado ao ponto de esta noite ter sonhado que estava a conduzir. A conduzir! E no sonho atropelei uma ovelha. Uma ovelha ou um anão com um casaco de pele de ovelha. Não tenho a certeza porque simplesmente não parei.
E esta regra, a de não parar, vai de certeza tornar-se num meu lema de vida.
Atropelo alguma coisa? Ok. Parar? Não obrigado. Quem é que tem tempo para isso? Eu não. Se bato em alguma coisa ou atropelo alguém, continuo a andar. Sobretudo se alguém se aleijar. A partir de agora recuso-me a envolver-me nos ferimentos dos outros. Não sou médico. Não sei nada de primeiros socorros. Sou só um tipo com um carro e não posso parar por tudo e por nada. Especialmente quando vou a alta velocidade e atropelo alguém.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
