
R: «Ahhh... Assim de repente??..Ahhh.. Epá... Não.»
É tipo isso... Assim a modos que coiso!
Nunca me tinha passado pela minha pouco sã cabeça invejar morar nos estates unaidus das Américas, mas parece-me que por lá os gajos resolvem as coisas de uma forma muito mais eficaz.
Ora bolas, depois de um fim-de-semana agoniante em que me armei no mais rude taberneiro imaginei-me a baldar as aulas e dormir que nem um abade, mas não é que uns marmelos se lembraram de arranjar os passeios da minha rua?? A ideia até nem é descabida, mas começar a esburacar ao pé da minha janela as oito da manhã fez-me ter a lúcida sensação que estes estavam muito bem como estavam… Tudo bem que a calçada tinha saltado, havia um buraquito ou outro…melhor, havia um que era o passeio todo…mas para mim estava bom! Para que fazer obras? E aquela hora?
Foi então que invejei morar na terra do tio Sam, onde tudo se resolve de uma forma rápida e inteligente…
Já lá vão dois dias e isto ainda aqui anda, parece-me que há trabalho para uma semana… Já mais de uma vez tive para sair de casa e agarra no martelo pneumático! A rua é pequena, num par de horas acabava com isto…
Lá está o nosso problema de falta de mão-de-obra qualificada…E depois as obras nunca mais têm fim!
Se eles amanhã voltarem acho que vou lá dar uma mãozinha…para acabar com isto de vez!
Claro que se até lá me chegar a casa o carregamento de caçadeiras de canos serrados e de granadas que comprei no ebay será mais rápido, mas com o martelo também vai ser giro!
O costume de observar um minuto de silêncio antes de um evento desportivo para homenagear gente morta é absurdo. E arbitrário. Porque, se repararem bem, só algumas pessoas têm direito a este tratamento, É altamente selectivo. Por isso decidi que, quando chegar o momento em que toda a gente que morrer no mundo tiver direito a um minuto de silêncio, vou começar a levar a coisa a sério. Até lá, não contem comigo. É ridículo. Passo a explicar.
Imaginem que estão num estádio, preparados para ver acção, quando uma voz soturna interrompe a festa e anuncia em tom abatido:
«E agora, senhoras e senhores, pedimos que descubram as cabeças e se juntem a nós num minuto de silêncio pelos quarenta e três instrutores de dança mexicanos, feios, gordos e atrasados mentais que perderam a vida hoje de manhã num acidente de montanha russa na Feira Popular. Ao que parece, levantaram-se todos numa curva apertada e foram projectados para o céu frio da manhã. E, visto que eram mais pesados que o ar, caíram no telhado da Barraca da Barafunda, atravessando-o e aterrando sobre vários palhaços, matando-os a todos e esborrachando os seus narizes vermelhos para lá de qualquer reconhecimento possível. Julga-se que uma das vítimas foi o conhecido Batatinha.»
Ouvem-se risos entre a assistência. A voz prossegue:
«Senhores e senhoras, se acham isto divertido, se acham que é ocasião para galhofa e regabofe, peço-vos para se porem na posição de algum mexicano enlutado que possa estar sentado ao vosso lado nesta tarde. Tentem inverter a situação. Imaginem-se a visitar o México e a assistir a um jogo de corrida de lamas. Imaginem-se sentados num estádio, um taco numa mão e uma Corona na outra, preparados para ver acção quando uma voz taciturna interrompe a festa e anuncia em tom soturno:
«Señores e señoritas, pedimos que retirem os sombreros e se juntem a nós num minuto de silêncio pelos quarenta e três domadores de pulgas portugueses feios, gordos e atrasados mentais que perderam a vida hoje de manhã num acidente de roda gigante numa feira.»
A voz continua em espanhol:
«Ao que parece, a gigantesca roda gigante descontrolou-se e começou a rodar selvaticamente, projectando os pobres domadores de pulgas para o céu, nesta manhã quente e húmida. E, visto que eram mais pesados que o ar, caíram no telhado do Museu das Aberrações, atravessando-o, esmagando o rapaz com cara de cão, destruindo os seus brinquedos de roer e magoando severamente o Cláudio Ramos.
E digamos que, quando acabam de ouvir isto, dão convosco ao lado de um espertalhão mexicano de bigode farfalhudo que se ri e dá cotoveladas ao amigo. Sentir-se-iam furiosos com esta falta de respeito, não é assim? E com razão!»
Estão a perceber o que um anúncio destes implica? É difícil para alguém que está a ver algo emocionante entrar neste espírito melancólico e soturno. A não ser que seja feito pelo Badaró.
(Continua amanhã )
É extremamente raro a minha pessoa receber cartas. Hoje por mero de certeza não acaso recebi uma. Da EDP.
Acerto de contas diziam eles. Contador velho e com esclerose múltipla digo eu. Seja.
Abri o envelope. Os meus olhos depararam-se com uma quantia que se assemelhava com o PIB bruto de um pequeno pais da América do Sul.
Senti uma leve picada. O meu braço esquerdo ficou dormente. Nesse instante, vi-me envolvido num flashback ao melhor estilo Hollywoodesco. A minha vida inteira desfilava diante dos meus olhos. Depois de tudo isto, de sacar do Multibanco e pagar a conta, apenas duas coisas me permanecem como mistérios insondáveis para a humanidade: onde raios foi desencantar o sotaque a fingir alemão a ama da novela Floribela e mais ainda, onde foram desencantar os tipos que participam no reality show A Bela e o Mestre? Mas não se mancam? Será ali que toda a teoria da evolução meteu o pé na poça?
É que faz-me uma confusão…
Vou aqui confessar uma coisa da qual não me orgulho muito.
Hoje, um pouco depois da hora de almoço, vi um pouco do novo reality show da TVI: A Bela e o Mestre. Rapidamente o meu cérebro entrou num colapso sem precedentes e entrei em completa paralisia vegetal. Foram
Lembrei-me que faz hoje uma semana que ocorreu o Dia da Mulher. Saí nessa noite um pouco para beber um copito e confraternizar. É fantástico a quantidade dantesca de mulheres embriagadas que encontrei nessa noite. Não via tantas desde o Dia da Mulher do passado ano.
Cenário: Café-Lounge armado em chique.
Situação: Eu completamente cheio de fome às 15 h de segunda-feira.
Descubro que o nome para um vulgar café foi substituído por: cremoso e fresco café dos mais puros grãos de uma suave mistura colombiana e árabe. Ok. Seja. Mas café ou bica para mim chegava depois de me refastelar com uma bela sandes.
É engraçado como a linguagem floreada chegou a alguns restaurantes e até a cafés. Acho uma imensa piada. Já repararam por mero acaso que já desapareceu das ementas (que até foram substituídas pelas sugestões de refeição) o belo Bife ou Bitoque? Homessa.
Têm que arranjar nomes engraçadinhos e alinhados para tudo. E eu adoro alinhar nestas coisas. Porque não usar a língua das ementas para fazer o pedido? Ein? Mas se o fizerem, têm que o fazer como deve ser! Nada de ler directamente da ementa. Em vez disso, devem decorar a descrição do que querem pedir com todos os pormenores e, a seguir, olhar o empregado directamente nos olhos e dizer:
«Queria o vosso suculento e delicioso bife feito da melhor carne seleccionada entre o gado que pasta livremente nas planícies alentejanas, levemente grelhado numa chapa do mais puro aço inoxidável, servido com o mais alvo e puro arroz colhido à mão e seleccionado bago a bago pelas mais argutas e puras mãos de trabalhadores do leste europeu que trabalham na zona da bacia do Sado, ao lado das mais crocantes batatas fritas em óleo 100% vegetal, extraídas do solo mais fértil de uso para agricultura biológica fertilizado com bosta proveniente do ânus das melhores vacas contaminadas por bactérias devoradoras de medula e carne». Vejam lá se isso não melhora de forma magistral o serviço?
Mas, para completar o pedido com o café, peço depois assim: «Não se importa de me trazer um copo cilíndrico e perfeitamente transparente, contendo alguns decilitros desse néctar insípido, inodoro e incolor a que convenientemente se decidiu chamar água?».
Costumam olhar-me de atravessado. Não sei porquê. Palavra.
Costumam dizer que sou um perfeito pessimista. Errado. Quando olho para um copo com 50% da sua capacidade, não digo: Ena! Um copo meio vazio. Até digo: Olha! Um copo meio cheio… mas de veneno.
Toda a minha vida tive a sensação de que algo grande e sinistro se estava a orquestrar no mundo. A sério!
No entanto. É pura paranóia. Pura normal e vulgar paranóia. Julgo que todos os seres neste planeta a têm. Inclusive os gastrópodes: caracóis, lesmas e o Cláudio Ramos.
Talvez eu esteja velho e cansado mas as hipóteses de descobrir são tão remotas que o melhor a fazer é dizer “põe o sentido de lado e mantém-te ocupado”.
Cá para mim, preferia de longe ser feliz a ter razão em qualquer altura. Ai está o problema.
Nunca me engano e raramente tenho dúvidas.
E o pior é que vem aí outro Reality Show da TVI.
MEDO!!
Já sairam os novos brinquedos do Bob o Construtor! São fenomenais! Ofereça já um aos seus fedelhos! Faça os seus olhos brilharem amaravilhados! Faça com que deixem de dizer: quando for grande quero ser astronauta para quando for grande quero ser pedreiro!
Estes brinquedos que atingiram enorme sucesso em África e na Europa do leste há decadas atrás, estão agora presentes no mercado português!