sábado, 7 de outubro de 2006

O FUTURO

O futuro é uma tortura inventada por esquimós no inverno, quando não tinham mais nada para fazer, os sacaninhas assassinos de focas. Eu odeio futurologias, odeio ses e odeio acima de tudo os que dizem: "É o destino...". Dizem-no com um olhar patético de semi-encolher os ombros e um olhar semi-carneiro-bem-morto, semi-perdido-na-beata-caída-no-chão. Detesto quando perguntam às crianças: "O que é que queres ser quando fores grande?". Eu quero ser uma capivara. "Ai que giro, e queres tirar o curso em Lisboa ou em Coimbra?" Não está a perceber eu quero ser um roedor bem peludo e lavajar-me no Amazonas! Como se SER fosse o mesmo que trabalhar. Como se nos ressumisse aquilo que fazemos para ganhar dinheiro. Eu sou muita coisa e já fiz muita coisa. Já trabalhei muito sem receber um tostão em troca, para uns isso faria de mim ou parva ou boa pessoa. Gosto de acreditar que não sou uma coisa nem outra. "O futuro a Deus pertence menina" Então que se sirva bem dele! Que a mim dá-me um gozo enorme ver o mar que está à minha frente e não o quero ter lá em casa.

4 comentários:

Sandes de Choco c/mortandela disse...

Sinto no teu post uma certa amargura com a vida. Tou preocupado contigo.

Maria disse...

É um misto de amargura com o desejo de liberdade aliado a um encantamento puro pelas coisas.
Vá lá Trambolho ânimo e vê lá se sais do postigo de vez em quando.

Anónimo disse...

Não é amargura, é frustração enraivecida, fruto de uma indecisão que nunca mais se decide a ser decidida.
Agora em português: sou eu que estou perante a possibilidade de criar um negócio, mas não sei o que fazer... Quero, mas... e este mas está a dar-me uns problemas desgraçados, porque implica pensar no futuro a longo prazo, coisa que nunca fiz e nem gosto de fazer...
Acho que sou capaz de ter perdido uma grama e meia por causa do stress que isto me tem estado a provocar.

trigueirinha disse...

Ó meu amigo trombolho, essa coisa de pensar a longo prazo é uma dor de cabeça, depois de uma noite a carrascão sem a parte da bebedeira, mas se as dúvidas te impedirem sempre de dares um novo passo, nunca verás o que vem a seguir.

E vê lá essa cena da grama e meia, que já estou com vontade de pegar nas malas e ir ver-te aí nesses confins do mundo.

Moça pôe-te fina.

Quanto ao Farol não te preocupes, as descrições serão tantas, que vais suplicar para que não te mandemos mais mails.