quarta-feira, 5 de outubro de 2005

É Morangos com o quê?

Hoje decidí ver um episódio de uma novela que até os meus amigos e toda a gente adora ver. Essa grande novela chamada "Morangos com Açucar".
Assim que liguei a televisão e mudei para aquele canal fantástico cujos noticiários são melhores que ir ao cinema, deparei-me logo com actores portugueses que não via na televisão há, no mínimo, 10 anitos. Ví tambem uma imensidão de jovens talentos, caritas larocas assim dizendo, cheios de muitos talentos que não a representação. Eu já ví chimpanzés com mais geito..ómessa..
Palavra, eles são bonitos e jovens mas quanto a representação são zero! Valha-me o santíssimo.
Vou fazer uma novela concorrente chamada "Melão com Presunto"... Como o bom gosto português anda, às tantas até pega e torna-se um sucesso.

P.s- É só para dizer que rápidamente mudei de canal e o meu mundo jamais foi o mesmo...

6 comentários:

Anónimo disse...

Apoiado! Vamos fazer essa novela. E já agora, queria 10 parafusos de 10 em estrela, 6 de 20 e 4 buchas.

Anónimo disse...

Nem toda a gente gosta de ver essa dita novela. Se bem que quem nunca viu, como eu, não pode dizer que gosta ou não gosta, mas não tenho a menor curiosidade em ver um só episódio.

Anónimo disse...

olha acho que o título do teu post está francamente abaixo das tuas possibilidades; título perfeito era :Morangos com queim?

Anónimo disse...

ora para os assuntos não ficarem pela metade , aqui vai :

«Depois do Esquadrão G os gays não mais estarão espartilhados entre o travesti decadente e o homossexual de armário, pai de família e com vida dupla».
2005/10/03 | 11:09
«Factor G» - Crónica de Margarida Rebelo Pinto

Nunca percebi porque é que no país com mais sol da Europa as pessoas são tão cinzentas. E nem a bela luz de Lisboa com os seus edifícios mais emblemáticos, pintados a cores berrantes pela mão de antigos escravos seguindo a tradição das heranças coloniais, os belos jardins e extraordinários miradouros conseguem animar os lisboetas, sempre a tropeçar pelos passeios estreitos, apertados nos transportes públicos ou transformados em monstros dentro dos seus bólides. Somos chatos e cinzentos, somos tímidos e desconfiados e sobretudo aceitamos mal as mudanças, como se estas fossem arautos de grandes catástrofes.

Uma das minhas zonas de eleição de Lisboa é o Chiado, o coração da cidade, onde vou muitas vezes passear e à qual chamei no meu último romance «a city dos gays». Cruzo-me com dezenas deles, sós, aos pares ou em bando porque o Chiado é uma zona onde se sentem bem. Isto porque todos sabemos que, infelizmente, os gays não podem circular em qualquer zona da cidade ou do país, correndo o risco de segregação, chacota ou comportamentos agressivos por parte de heterossexuais, tão pretensamente machos quanto homofóbicos, muito provavelmente resquícios dos homens de Neardenthal que, por acaso, ou talvez não, se extinguiram aqui mesmo na nossa linda Península Ibérica.

A SIC exibe aos domingos à noite um programa de entretenimento arrojado que contraria o status quo, o Esquadrão G, no qual cinco homens assumidamente homossexuais, ajudam um heterosexual a ser mais interessante, bonito, requintado, culto e chique. Os cinco apresentadores, de origens diversas e estilos complementares têm a tarefa de transformar sapos em príncipes, homens das cavernas em requintados gentlemen. E o resultado prático é que as mulheres destas cobaias ficam felizes. Com momentos melhores e piores, vejo este programa como um reflexo da evolução da sociedade portuguesa no bom caminho. Depois do Esquadrão G os gays não mais estarão espartilhados entre o travesti decadente que borra o rimel a imitar em playback a Gloria Gaynnor e o homossexual de armário, pai de família e com vida dupla.

A assunção da homossexualidade enquanto característica inerente a um indivíduo vai tornar a aceitação dos gays mais fácil na sociedade portuguesa. E as pessoas que ainda não sabem qual a diferença entre uma bicha louca e um homem normalíssimo, que apenas se diferencia dos outros pela atracção sexual por outros homens, têm agora oportunidade de perceber, de uma vez por todas que a homossexualidade sempre existiu, não é nenhuma doença nem um desvio, apenas uma das muitas facetas da condição humana.

O Esquadrão G, tem tido maior aceitação nos países anglo-saxónicos do que nos latinos, o que é facilmente explicável, dada a fortíssima e pesada herança cultural do famigerado estereótipo do Macho Latino. Não esqueçamos que em algumas zonas de Portugal ainda se diz que as mulheres querem os homens feios, maus e a cheirar a cavalo. Feios porque a beleza e delicadeza ainda são traços femininos, maus porque gostam de mostrar que são eles que mandam e a cheirar a cavalo porque somos campinos e camponeses. Mas são os homens que dizem que as mulheres querem isso. Se lhes perguntassem, talvez tivessem um desgosto com a resposta.

Não tenho qualquer problema em afirmar publicamente que tenho entre os meus amigos homossexuais os homens mais bonitos, brilhantes e inteligentes que conheço, dos quais nem sequer faço qualquer distinção dos outros; para mim são todos homens. Falta a muitos homens a algumas mulheres perceber que a liberdade individual está acima das convenções sociais e, se queremos mesmo ser um país livre e democrático, devemos aceitar as mudanças e a diferença como um passo em frente, combatendo a tendência hipócrita nacional de criticar tudo o que é novo, só porque não percebemos bem o que é. Parabéns à Sic e aos cinco homens que aceitaram esta responsabilidade, o Pedro Piteira, o João Ribeiro, O Pedro Crispim, o Óscar Reis e o Jorge Correia de Campos.

Anónimo disse...

Pedro Piteira, o João Ribeiro, O Pedro Crispim, o Óscar Reis e o Jorge Correia de Campos, eles para mim podem ganhar o próximo globo de ouro.
Saltar do armário para a frente das câmaras com certeza que tem mérito.

Anónimo disse...

mas porque é que os anónimos não se identificam???
ponham um nome qualquer...
grande discurso e depois nem assinas... dá vontade de rir...