segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Censura people and arts

Estava eu a vegetar tranquila e sabiamente no outro dia quando liguei a televisão. Um zapping levou-me ao canal people and arts. Estava a ver uma série da BBC calminha até com um ar familiar quando começo a ver as matrículas dos carros enevoadas. Pensei: "tenho que fazer uma revisão ocular que estou a ficar mal das vistas." Passados alguns minutos enquanto um personagem falava comecei a ouvir uns piip característicos da MTV quando algum rapper está a dar uma entrevista. Portanto shit, fuck e outras palavras estavam a ser ridiculamente tapadas por piiiiiiiip. Mas eu não queria acreditar, não podia ser, fiquei a ver o mesmo canal mais algum tempo e vejo que também os intervalos são censurados. No anúncio de um programa sobre um tipo que estava a mostrar as suas tatuagens nas pernas tinha também partes enevoadas para ocultar umas mamas tatuadas.
Estou indignada porque a censura é um acto injustificável e nesta situação é apenas um procedimento rídiculo e ineficaz.
Qual o objectivo disto?? A estupidificação progressiva? Não basta já tudo o resto?

9 comentários:

Anónimo disse...

Ok, chamem-me de antiquada, anacrónica, jarreta, o que quiserem, mas isto da malta se fartar de dizer palavrões na TV tem que ter algum controle. Tem que haver o minímo de decência. Cada vez mais se confunde a liberdade de expressão com a má educação e isso só pode ser visto como uma coisa má.
Claro que ocultar os seios de uma boneca tatuada na perna de alguém, é extremista, o que é tão mau como permitir todo o tipo de linguagem. Haja bom senso.

dusty disse...

Sim concordo. e não creio que seja "antiquado" defender que a televisão, nomeadamente programas e séries juvenis, principalmente as portuguesas, mantenham um tipo de linguagem correcta. tem a ver com uma questão de educação e formação. se estes programas têm impacto nos públicos, é importante que conservem alguns "valores". tenho irmãos adolescentes e às vezes preocupa-me que certo tipo de programas possa influenciá-los "negativamente", como um tal que nem vale a pena referir...
agora no caso do people and arts, é um bocado absurdo. primeiro porque o canal é direccionado para um público "crescido" e depois, não há niguém que não tenha contacto com a linguagem dos filmes americanos e não esteja habituado a 300 "fucks" e "shits" por frase. é muito lógica à britânico, censurar tudo e mais alguma coisa. mas não percebo que "bons valores" são esses que querem preservar, quando têm a maior taxa de gravidez na adolescência da Europa.

Anónimo disse...

As palavras não são todas iguais? Porque será que há palavras mais palavras que outras palavras?? Há palavras que não uso, mas não é por isso que as censuro! A liberdade de expressão tb passa pelo belo do palavrão, para quem o gosta de o usar.

Sandes de Choco c/mortandela disse...

Já eu, por exemplo, nunca em toda a minha vida disse um palavrão.

Anónimo disse...

Quando me cai um garrafão de água em cima de um pé ou quando perco o autocarro, confesso que grito interiormente todas as palavras mais lindas que o meu irmão me ensinou, e exteriorizo uma ou outra.
Concordo que deve haver controlo na linguagem usada na televisão, rádio, jornais, revistas e coisas que não sei bem qualificar como a dica da semana.
No entanto acho que em filmes, séries, documentários e coisas deste género o som piiip só atrai a atenção sobre essas palavras.

Por exemplo ver a "Cidade de Deus" com piiip, ou com nuvens sobre armas, corpos nus, sangue, droga etc, seria, mais do que idiotice, um crime!

Sume de sumol S/ Espinhas disse...

Acho que se devia continuar a haver uma certa moderação na tv, no que diz respeito a cenas violentas, agora palavrões ouvimos em todo o lado e é a primeira coisa que aprendemos na escola. Um puto quando acende a televisão e ouve merda ou puta que pariu (perdoem os mais sensíveis), ja está mais que familiarizado com a palavra. Na minha opinião as cenas de sexo deviam substituir as da violência. Isso sim seria salutar para a educação. ´Mais uma coisa, o horário do AB sexo não deveria ser tão tarde, só para adultos?? Querem ensinar a uma quarentona a enfiar um preservativo, ou esclarecer a um idoso de 64 anos que bater à..perdão, m-a-s-t-u-r-b-a-r--se não prejudica a saúde. Por amor de Deus!

dusty disse...

True. seria ridiculo censurar com "piis" todos os palavrões ditos nos filmes ou séries estrangeiras.
mas acho que faz sentido controlar a linguagem das novelas e séries da televisão portuguesa, a não ser que estas sejam direccionadas para públicos adultos.
sim, o sandes é um puritano, muito educadinho. virgem até... do rabo. :)

dusty disse...

Não concordo. desculpa lá, eu também andei na escola como toda a gente, e não era por ouvir o outros falarem mal que fazia o mesmo. isso é uma questão de educação. como os meus pais sancionavam o uso de palavrões, eu compreendi que não deveria dizer, "que era feio", por assim dizer.e continuo a achar feio miúdos pequenos a utilizarem "linguagem de graúdos", acho mal. para que serve isso? é bonito ouvir um puto que mal sabe falar, a dizer pu**, ca*****, e por aí? a mim arrepia-me.
a televisão não deve utilizar esse tipo de linguagem só porque "não é nada de novo". deve é, ao contrário, evitar transmitir essa ideia para o público.
eu admito que digo palavrões na minha linguagem normal diária, com os meus amigos, etc. mas é óbvio que não me vou aproximar de uma qualquer pessoa mais velha do que eu, ou minha desconhecida, e utilizar essa mesma linguagem. e o mesmo se passa quando estou perto de crianças ou outras pessoas susceptiveis. por motivos de respeito também.
relativamente a esse tal programa da tv de inspiração cristã, valha-me o santissimo. desculpem lá, o programa pode ser didactico em alguns aspectos, mas com limites. não é que eu tenha ficado impressionada com algum tema ou imagem, mas vir a arlida não-sei-da-quantas, que tem uns parafusos a menos, de certeza, dizer que teve um orgasmo com uma maçaneta quando tinha seis anos de idade... ! opá, eu sinceramente, não me senti uma pessoa mais elucidadada com esta informação.

Sandes de Choco c/mortandela disse...

Existe liberdade na comunicação. Eu sou a favor desta. Contudo, há que ter em mente o horário a que passam os programas assim como um pouco de bom senso também nunca fez mal a ninguem.